segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Críticas do Leitor

Para começar esta segunda edição das Críticas do Leitor, o Ante-Cinema apresenta a crítica do Jorge Santos. Conforme foi pedido a todos os leitores, alguns começam já a enviar as suas opiniões sobre Austrália. O filme tem dividido várias pessoas e esta crítica do Jorge é prova disso, salientando alguns pontos positivos como negativos.
A recepção de críticas está aberta desde sexta-feira e caso ainda não as tenham mandado mas querem vê-las aqui publicadas, só têm que as enviar para o nosso email ante.cinema@gmail.com.


CRÍTICA:

Faz muito tempo que não se fazia um filme deste género, uma espécie de E TUDO O VENTO LEVOU, romântico e de pretensões épicas. Mas nem sempre as coisas são aquilo que se deseja.

Este novo filme de Baz Luhrmann (de quem adoro o STRICTLY BALLROOM) conta-nos a história de uma inglesa da alta sociedade que parte para a Austrália com o fim de trazer o marido de volta. Uma vez chegada, descobre que o marido acabou de ser assassinado e cabe a ela, com a ajuda de um rude cowboy e de um miúdo mestiço, fazer frente aos maus da fita e salvar o seu rancho.

O grande problema deste filme é querer ser várias coisas ao mesmo tempo, com vários episódios que podiam ser por si só assunto para um filme. Começa em tom de comédia, passa a western com contornos de aventura mística, transforma-se numa história de amor e termina como filme de guerra. Não que tudo isto seja mau, na realidade não o é, mas o filme precisava de uma história mais focada num ou dois desses assuntos.

Nicole Kidman está em forma e dá-nos uma das suas melhores e mais versáteis interpretações (adorei a cena em que ela canta o “Over the Rainbow”), a seu lado Hugh Jackman (recentemente considerado, e muito bem, o homem mais sexy do mundo) é um verdadeiro herói masculino na linha de Clark Gable e convence em todas as frentes. O restante elenco vive convincentemente as suas personagens e Brandon Walters, com seus grandes e expressivos olhos, é uma revelação como o pequeno Nullah.

Luhrmann deve adorar os grandes clássicos e este filme é sem dúvida a sua homenagem às grandes produções que se faziam na época dourada de Hollywood. Os cenários são por vezes deliciosamente artificiais e outras vezes ele filma as paisagens australianas com paixão e grandiosidade. A música é boa, mas irritou-me que por diversas vezes a mesma se sobrepusesse à acção. Mas no todo é um bom filme, que se segue com interesse e alguma emoção.

Nota:
***

Ante-Cinema#

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa crítica :)

A parte em que Nicole Kidman canta é sem dúvida hilariante!

Mas não concordo quando diz que foi das suas melhores e mais versáteis interpretações, nem de longe.

Um abraço