"INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL", de Steven Spielberg
Nota Ante-Cinema:
7/10 Foram precisos exactamente 19 anos, para voltar a ver uma vez mais no grande ecrã Indiana Jones. Durante este tempo todo, tentou-se mais do que uma vez escrever um bom argumento para sustentar a ideia de realizar um novo filme desta saga. E, 19 anos depois, eis que finalmente surge “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”.
Como é óbvio os tempos são outros, e o cinema durante a última aventura do professor Jones à 19 anos atrás, sofreu evoluções não só no que diz respeito à forma como se contam novas histórias, como pela forma onde o aspecto visual de um filme ganha importância hoje em dia. Os tempos são outros sim, mas o factor da palavra genuíno também. Isto porque já se esperava que Steven Spielberg, fosse recorrer à tecnologia CGI para desenvolver e estruturar uma história que se enquadrasse dentro deste mundo de aventuras de Indiana Jones. Mas ao ver-mos bem esta característica do filme, conseguimos perceber que talvez o ponto mais fraco e desagradável seja mesmo esse CGI, que por vezes é usado em termos exagerados. Contudo, temos que pensar que esse CGI foi só uma base de sustentação para que o filme funcionasse de uma outra maneira, e que esse fosse um factor de enquadrar este novo Indiana Jones numa época cinematográfica bem diferente dos anos em que surgiram as três primeiras aventuras da saga.
Mas fugindo a este factor menos bom, temos pontos de partida onde percebemos toda a paixão e misticidade que este quarto filme nos consegue oferecer. Primeiro, Harisson Ford vive para esta personagem com um amor tão grande que se percebe do início ao fim do filme. Mesmo com os seus quase 66 anos, está aí para durar e a sua entrega à personagem é tão óbvia que nunca nos esquecemos do quão divertido é, voltar a ver Indiana Jones uma vez mais. Depois a beleza maléfica que Cate Blanchett passa para fora da tela. Não desilude uma única vez, sendo assim uma vilã espantosa. Depois, temos a clamorosa Marion (Karen Allen), que a partir do momento em que entra no filme, traz uma nova frescura e sensibilidade que só ela tão bem sabe fazer. Uma nota especial também para Shia LaBeouf, onde Steven Spielberg percebeu que podia sair dele, um novo espírito jovem e rebelde para esta fórmula de sucesso. Também ele não desilude, acabando assim por ter um papel importante junto da nova aventura de Indy.
A recepção ao filme foi então boa, com grandes momentos que proporcionam boa comédia e aventura, mas existe sempre aquela sensação que em relação aos anteriores, muita coisa ficou abaixo deles. Mesmo assim, este novo Indiana Jones dá muitas lições de como se fazer um bom filme de aventura, às imitações reles que nos últimos 20 anos têm sido feitas por Hollywood fora.
Agora, se vem aí mais Indiana Jones ou não, parece que depende da receptividade dos fãs a este quarto filme, já que Spielberg afirmou em entrevistas que se ela for boa, porque não um quinto filme. No entanto, uma coisa é certa. Ter oportunidade de ver o herói americano mais famoso da 7ª arte numa sala de cinema, é motivo de grande satisfação e alegria.
"É um entretenimento que não ofende, e da mais espectacular noção do mesmo, o qual que depois de apresentada as personagens e a premissa, inicia-se um modo narrativo em constante adrenalina, em que a sucessão de sequências de acção não deixam o espectador respirar até ao seu pomposo final. Mesmo não fazendo jus aos Salteadores da Arca Perdida (1981), eis a aventura que muitos esperavam, um blockbuster nostálgico e um evento cinematográfico de medidas grandes que certamente agradará fãs."