Conforme foi lançado pelo Ante-Cinema, propusemos aos nossos leitores que escrevessem as suas críticas sobre 'Quantum of Solace'. Alguns aceitaram o desafio e as melhores serão agora publicadas nos próximos dias. Esta primeira crítica foi escrita pela Catarina Oliveira (Close-Up), que tem assim honras de abertura neste novo espaço do Ante-Cinema. De acrescentar que ainda se aceitam novas críticas. Se gostavam de ver a vossa aqui publicada, só a têm que enviar para o nosso email: ante.cinema@gmail.com. Obrigado a todos!
CRÍTICA:
"M: Bond, if you could avoid killing every lead there is, that would be appreciated.
"M: Bond, if you could avoid killing every lead there is, that would be appreciated.
James Bond: I will do my best"
Até à estreia de Casino Royale, em 20 filmes já feitos sobre a saga do super-espião James Bond, talvez tenha visto dois ou três. Sinceramente, nunca foi nada que me puxasse muito interesse, e aquilo que tive oportunidade de ver, também não fez muito para o aumentar.
Pela polémica gerada em torno do novo Bond, não só o novo actor, mas mesmo a nova concepção psicológica do agente secreto, acabei por ceder e dar mais uma oportunidade ao famoso 007. E a verdade é que me surpreendi positivamente. Casino Royale não era nada do que esperava e vi um Bond humano, algo que pouco tinha notado nos filmes anteriores; e compreendi finalmente de onde surgiu e algumas fundações da sua famosa "carapaça" impenetrável.
Assim, foi com alguma naturalidade que fiquei curiosa em relação ao seguimento dos acontecimentos de Casino Royale e assisti ontem à ante-estreia de Quantum of Solace.
Quantum of Solace segue cronologicamente os acontecimentos da fita anterior.
Resumidamente, e perdoem-me a superficialidade desta "sinopse" mas não gosto de arruinar a vossa própria experiência de assistir ao filme, Bond, ainda desiludido com mulher que finalmente o tocou, trava uma interessante batalha psíquica à medida que tenta cumprir a sua nova missão. Muitas vezes confuso entre a sede de vingança e o peso do dever, o nosso 007 embarca numa autêntica jornada pelo mundo fora para desmascarar uma importante e perigosa rede criminosa liderada por Dominic Greene que tem em vista dominar os recursos naturais mais preciosos do planeta.
Depois do que vi em Casino Royale, esperava uma continuação que se apoiasse numa maior profundidade da personalidade de James Bond, esperava uma melhor exploração do sentimento de tristeza/desejo de vingança... no fundo, esperava ser definitivamente "arrebatada" por este reinventado Bond. Infelizmente, não aconteceu.
O "charme britânico" que automaticamente associamos às desventuras de 007 parece também aqui desvanecer-se um pouco entre sequências de acção tecnicamente muito boas mas diálogos muito fracos e superficiais e um argumento a roçar a ambiguidade em algumas situações fulcrais. É que... uma coisa é ter um Bond novo, completamente reinventado; outra coisa é ter um Bond vazio, que no fundo nem sequer é bem um Bond..
Num elenco com preformances medianas, Craig continua a ser um bom e diferente Bond (apesar de ter gostado muito mais de o ver na fita anterior) mas o destaque mais positivo vai para o engenhoso e odiável "vilão" de Mathieu Amalric - Dominic Greene. Judi Dench, talvez porque de facto não tinha muito que fazer, esteve surpreendentemente apagada.
Contudo, estes "desgostares" não me cegaram de aspectos muito positivos dos quais gostaria de destacar três em particular: primeiro, a qualidade e timing perfeito das introduções humorísticas ocasionais, segundo, um guarda-roupa elegantíssimo e de muito gosto em não raros casos e terceiro, uma banda sonora moderna com claras reminiscências "Bondísticas" concordante com as sequências de acção; afinal se temos um novo Bond, só faz sentido os filmes trazerem um novo "ambiance"
Quantum of Solace tem mais de "bom filme" do que de "bom James Bond". Entretém, mas não corresponde às expectativas do antecessor.
Todavia, acredito que Quantum tenha sido uma espécie de "desabafo"...um filme mediano de transição, e que a próxima aventura de Bond será tão ou mais surpreendente que o espectacular Casino Royale, e, acima de tudo, que haja mais homem no agente... mais James em Bond.
Pela polémica gerada em torno do novo Bond, não só o novo actor, mas mesmo a nova concepção psicológica do agente secreto, acabei por ceder e dar mais uma oportunidade ao famoso 007. E a verdade é que me surpreendi positivamente. Casino Royale não era nada do que esperava e vi um Bond humano, algo que pouco tinha notado nos filmes anteriores; e compreendi finalmente de onde surgiu e algumas fundações da sua famosa "carapaça" impenetrável.
Assim, foi com alguma naturalidade que fiquei curiosa em relação ao seguimento dos acontecimentos de Casino Royale e assisti ontem à ante-estreia de Quantum of Solace.
Quantum of Solace segue cronologicamente os acontecimentos da fita anterior.
Resumidamente, e perdoem-me a superficialidade desta "sinopse" mas não gosto de arruinar a vossa própria experiência de assistir ao filme, Bond, ainda desiludido com mulher que finalmente o tocou, trava uma interessante batalha psíquica à medida que tenta cumprir a sua nova missão. Muitas vezes confuso entre a sede de vingança e o peso do dever, o nosso 007 embarca numa autêntica jornada pelo mundo fora para desmascarar uma importante e perigosa rede criminosa liderada por Dominic Greene que tem em vista dominar os recursos naturais mais preciosos do planeta.
Depois do que vi em Casino Royale, esperava uma continuação que se apoiasse numa maior profundidade da personalidade de James Bond, esperava uma melhor exploração do sentimento de tristeza/desejo de vingança... no fundo, esperava ser definitivamente "arrebatada" por este reinventado Bond. Infelizmente, não aconteceu.
O "charme britânico" que automaticamente associamos às desventuras de 007 parece também aqui desvanecer-se um pouco entre sequências de acção tecnicamente muito boas mas diálogos muito fracos e superficiais e um argumento a roçar a ambiguidade em algumas situações fulcrais. É que... uma coisa é ter um Bond novo, completamente reinventado; outra coisa é ter um Bond vazio, que no fundo nem sequer é bem um Bond..
Num elenco com preformances medianas, Craig continua a ser um bom e diferente Bond (apesar de ter gostado muito mais de o ver na fita anterior) mas o destaque mais positivo vai para o engenhoso e odiável "vilão" de Mathieu Amalric - Dominic Greene. Judi Dench, talvez porque de facto não tinha muito que fazer, esteve surpreendentemente apagada.
Contudo, estes "desgostares" não me cegaram de aspectos muito positivos dos quais gostaria de destacar três em particular: primeiro, a qualidade e timing perfeito das introduções humorísticas ocasionais, segundo, um guarda-roupa elegantíssimo e de muito gosto em não raros casos e terceiro, uma banda sonora moderna com claras reminiscências "Bondísticas" concordante com as sequências de acção; afinal se temos um novo Bond, só faz sentido os filmes trazerem um novo "ambiance"
Quantum of Solace tem mais de "bom filme" do que de "bom James Bond". Entretém, mas não corresponde às expectativas do antecessor.
Todavia, acredito que Quantum tenha sido uma espécie de "desabafo"...um filme mediano de transição, e que a próxima aventura de Bond será tão ou mais surpreendente que o espectacular Casino Royale, e, acima de tudo, que haja mais homem no agente... mais James em Bond.
2 comentários:
mas que chique :P agora tambem tive os meus minutos de fama aqui neste GRANDE espaço :D
obrigado pela honra fernando!
ah e já sabes..páro cá sempre no teu "estaminé". és grande homem ehe:P
beijinho
Close-up,
Eu é que te agradeço por me teres enviado esta excelente crítica. O Ante-Cinema só ficou a ganhar! No futuro, se este espaço correr como espero, cá fico à espera de mais excelentes opiniões da tua parte. :)
O mesmo se aplica também em relação ao 'Close-Up'. É uma das minhas prioridades diárias a que não dispenso nem por nada! :)
Obrigado por tudo!
Beijinho
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